quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Diálogo entre brasileiros .


Nosso Blog recebeu esse diálogo entre cidadãos desejosos de que o Brasil reduza suas MAZELAS , que haja mais JUSTIÇA SOCIAL , que se tenha menos CORRUPÇÃO , que se diminua o ENRIQUECIMENTO ILÍCITO e a CONCENTRAÇÃO DE RENDA e que o eleitor escolha melhor os candidatos em quem votar . Resolvemos publicar para que se verifique a BOA VONTADE DOS CIDADÃOS , mas o desencanto começa a proliferar e isso não é bom para nossa jovem DEMOCRACIA.

Não somos signatários de todas as opiniões reveladas abaixo , mas achamos interessante que se faça uma reflexão sobre o que foi abordado por eles . Assim se faz uma verdadeira POLÍTICA.

Luiz Paulo:


Eu sou um trabalhador. Sempre fui. E de chão de fábrica.E sempre estive solidário com os mais fracos.
Na SADIA, onde trabalhei por 22 anos, eu era tachado de "bonzinho" porque defendia os operários da fábrica de rações, onde era chefe de departamento.

Nunca me arrependi de lutar pelos mais fracos mas sempre percebi que nas ocasiões onde estes conseguiam ascender um cargo melhor, via de regra, jogavam-se nas cordas.Nos sindicatos é marcante esta situação e o homem é o lobo do homem. Eu vivenciei isto, anos a fio!

É uma questão de caráter. Aquele que não sabe ser ético, respeitar o próximo, ser humilde sem ser sub-serviente, deita e rola quando atinge um posto melhor. Sabe porque? Porque não são cobrados. No serviço público, isto é um verdadeiro absurdo e todos se sentem no direito de auferir as benesses. (salvo raras exceções)

Eu já votei no PT (nunca no Lula, porque é um engodo) e não me arrependi.Votei num moço chamado Saretta que foi prefeito em Concórdia e fez belíssima administração. A prefeitura de Concórdia continua com o PT desde então. Mas respeito a sua opinião. E oro para que Lula se inteire de sua pequenez.

Um cordial abraço

João



Caro João, estamos em situação oposta: o Brasil não é feito de anjos, e estudar a sua história é o que nos resta para entender. Não existe o modelo ideal no mundo e no Brasil estamos longe de ter um modelo. Estamos tentando, caro João. Lula não é unanimidade, mas é maioria. É um símbolo que representa essa maioria. Ignorante, analfabeta, despolitizada, e desprezada pela minoria que se acha honesta e bem educada.

Minoria que não foi capaz de punir ninguém, não foi capaz de erradicar a corrupção, não foi capaz de amenizar as imensas desigualdades brasileiras.

Veio um cara do nordeste, um brasileiro genial, com todos os defeitos não pode ser outra coisa, pois não é qualquer um que pode ascender ao primeiro posto do Brasil, não é fácil, nem é fácil estar à frente de uma nação complexa, desigual, malformada, onde o espírito de corpo e as relações de amizade falam mais alto que a lei.

Lula foi apenas um único cidadão oriundo do operariado, da pobreza, da migração, que governou o Brasil. Os outros todos foram tirados dos extratos mais ricos e cultos (?) da população. Estiveram presentes em todas as instituições desde os primórdios. Exército, STF, Presidência, Parlamento. E então? O que fizeram? Educaram o povo brasileiro? Reduziram a desigualdade sócioeconômica. Claro que não. E nem fariam isso. Talvez, a partir de agora, quando retomarem o poder, o façam. É o que espero. Que façam alguma coisa. Até porque é necessário a alternância no poder. Verdade que tem certas alternâncias que nada acrescentam — vide EEUU. Mas eu acho que demos um salto na política. Precisamos melhorar o parlamento. Muito. Requalificá-lo. Mas, somos nós quem votamos, somos nós que escolhemos. E nós somos ainda um povo muito simplório, apolítico, desorganizado. Estamos aprendendo agora a fiscalizar e cobrar.

Não, focar o período Lula e desprezar os restantes 502 anos de Brasil é miopia, é partidarismo. Se recebeu o título de doutor honoris-causa daquela instituição francesa é porque mereceu, daquele ponto de vista. E eu concordo. Mereceu sob muitos aspectos.

É por isso que digo, João. A nossa situação é oposta. A única coisa que nos une é o desejo de combate à corrupção. Já é alguma coisa. Mas ainda é um diálogo de surdos.

Abraço,

LPSantana

BH/MG

Nenhum comentário:

Postar um comentário