sábado, 15 de outubro de 2011

REALENGO , AQUELE ABRAÇO ! ( DE TAMANDUÁ DADO PELO ABANDONO DO PODER PÚBLICO )



Realengo é um bairro de classe média , localizado entre o Maciço da Pedra Branca e a Serra do Mendanha ao norte da denominada Zona Oeste do município Rio de Janeiro .  Costuma apresentar as temperaturas mais altas da cidade, embora as noites de inverno sejam frequentemente frias devido à proximidade com as serras.


Uma das versões para explicar a origem do nome diz que se origina da denominação da região no período imperial a qual era terras realengas de Campo Grande, do germânico realenga que nomeava tudo que estava longe do poder real. No entanto, segundo a tradição popular, seu nome é uma abreviatura do nome Real Engenho a qual era Real Engº, afixada sobre as placas no topo dos bondes desta região e que, com o passar do tempo, teria se tornado popularmente Realengo.

Comprovadamente, as denominadas Terras Realengas têm sua origem, segundo alguns historiadores, pela carta régia de 27 de Junho de 1814, através do qual Dom João, ainda príncipe, concedeu, em sesmaria ao Senado da Câmara do Rio de Janeiro, os terrenos situados em Campo Grande chamados de realengos, porque advindos da conquista territorial pela descoberta do país.

A concessão das terras onde hoje é o bairro Realengo, central e periferia, foram destinadas apenas para servir de pastagem de gado bovino, fornecendo carne aos talhos (açougues) da cidade. Estas terras foram proibidas de venda ou de quaisquer outra forma de alienação, obrigando-se a Câmara, por outro lado, a fazer medir e a trazê-las limpas em condições de servir ao fim para que foram doadas pela mencionada carta régia.

O povoado de Realengo foi limitado pelo senado da Câmara do Rio de Janeiro pela provisão de 18 de julho de 1814, tomando posse a coroa destas terras testadas para a estrada de Santa Cruz. Apesar da proibição expressa de arrendamento, vendas ou quaisquer outras forma de alienação, a Câmara, a partir de certa época, valendo-se da carta régia de 27 de junho, passou a aforar todos os terrenos concedidos, fundamentando-se na portaria de 20 de novembro de 1815 do príncipe regente conhecida como aviso régio, que somente permitia o aforamento da parte voltada para a estrada de Santa Cruz com fundos de vinte braças no máximo e não de todo o Realengo.

O bairro teve, como seus primeiros povoadores, escravos e emigrantes portugueses da ilha dos Açores, por ordem do príncipe regente Dom João, futuro Dom João VI. Ao chegarem, se dedicaram à agricultura, levando produtos como açúcar, rapadura, álcool e cachaça pelo porto de Guaratiba. Pelas pesquisas, ao contrário das regiões limítrofes, não houve engenhos em Realengo; a cana-de-açúcar colhida na região era processada em engenhos situados em outros bairros.

Levando-se em conta a documentação oficial, considera-se que a oficialização e criação de Realengo ocorreram em 20 de novembro de 1815. Para essa data, foi criada a Semana de Realengo em 20 de dezembro de 2002, a fim de celebrar o bairro.

Em 2 de outubro de 1878, foi inaugurada a Estação de Realengo da Estrada de Ferro Central do Brasil. Entre ela e a Escola Militar, foi construído um hangar, já inexistente, onde foram construídos os primeiros dirigíveis brasileiros, dando início à aviação brasileira.

Em1898, foi construída a Fábrica de Cartuchos e Artifícios de Guerra do Exército, conhecida como Fábrica do Realengo de munição, desativada em 1978. Também foi inaugurada a Escola de Tática e Tiro do Exército, depois Escola Preparatória de Cadetes do Exército, que, depois do Decreto Número 5 698 de 2 de outubro de 1905, viraria a Escola de Artilharia e Engenharia, depois Escola de Aplicação da Cavalaria e Infantaria, seguinte Escola de Aplicação de Artilharia e Engenharia, depois Escola Militar do Realengo. A Escola de Cavalaria e Infantaria seria extinta em 1911 com a transferência da Escola de Guerra de Porto Alegre para Realengo. A Escola Militar permaneceu em Realengo até tranferirem-na para a Academia Militar das Agulhas Negras, no município fluminense de Resende.

A partir da ocupação militar e industrial na região, ela perdeu o aspecto rural e bucólico. Começou, então, a ocupação efetiva dos espaços. Os programas de assistência habitacional criaram diversos conjuntos habitacionais para a população de baixa renda, militares e operários, como por exemplo a Cohab, referência do plano de habitação popular do BNH e os conjuntos habitacionais do IAPI (Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriários), conhecidos por "coletivos", feitos para abrigar os trabalhadores das fábricas.

Depois de o bairro não sustentar mais grandes instituições militares, seu comércio retraiu bastante, já que ele era baseado no público militar. Embora ele também possuísse fábricas de colchões, de componentes de rádio e de vestuário, principalmente de calçados femininos, por causa de sua localização perto da Fábrica de tecidos Bangu.

Nos dias de hoje , verifica-se um descaso do Poder Público pelo bairro , o que se pode verificar tomando como exemplo as ilustrações abaixo tomadas na Praça de Realengo.
                                                            Banco fora do lugar

       
Madeira jogada no canteiro


Piso em conservação

Vazamento de água na cabine da PM

Árvore seca - sinal de abandono

Frades fora do lugar

Piso sem conservação

Mesa fora do lugar

Madeira jogada no meio do canteiro

Mesa fora do lugar
Piso sem conservação

Lixo no canteiro
Um lugar residencial como esse merece umcuidado maior da Poder Público. Realengo tem área de 2605,45 hectares ; IDH = 0,845 e mais de 300 mil habitantes . O seu Dia Oficial é 20 de dezembro.

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